“Caju” é o nome popular da espécie Anacardium occidentale, pertencente à família Anacardiaceae. É nativo da América do Sul, inclusive do Brasil, onde é predominante nas regiões da Amazônia, do Planalto Central e do Nordeste. A partir o território brasileiro, foi levado pelos portugueses para as colônias na África e Ásia, nas quais foi adaptado e também cultivado para ser comercializado como uma iguaria na Europa.
A planta toda é conhecida popularmente como Cajueiro e produz um fruto, a castanha, mas também um pseudofruto, a estrutura doce e carnuda. A palavra “Caju” tem origem na língua tupi-guarani e significa “noz que se produz”, enquanto o nome do gênero Anacardium significa “coração invertido”, por causa da forma do fruto.
Características
O Cajueiro é uma árvore que pode chegar a 15 metros com sua copa larga e tronco tortuoso. Possui um ciclo de vida longo e uma folhagem permanente, em tons de verde e às vezes rosa, que se renova após o ciclo reprodutivo.
A reprodução funciona em inflorescências, onde são encontradas flores masculinas e femininas que podem se apresentar também nas cores verde e rosa. Essas flores se formam na ponta dos galhos, compondo estruturas chamadas panículas, nas quais a quantidade de flores é variada.
Após uma semana da ocorrência da fecundação, o Caju já aparece, dando início, assim, ao processo da maturação. Todo esse ciclo demora aproximadamente 60 dias.

Durante esse processo, a haste que está ligada à flor muda de cor e se torna avermelhada, gerando o pseudofruto, que pode ter a cor vermelha, mas também amarela ou laranja. Ao mesmo tempo, a flor transforma-se no fruto escuro, com forma de rim e que tem dentro dele uma amêndoa comestível.
Cultura
A cultura do Cajueiro na região Nordeste do Brasil possui tanto uma importância econômica pela sua presença nas exportações, como também social, uma vez que ela é importante na geração de empregos para as populações mais vulneráveis. Isso ocorre porque o período de produção do Caju não costuma ser coincidente com outras culturas agrícolas.
Além disso, a região Nordeste, além de abraçar a planta em diversas receitas, como a famosa Cajuína, também é o cenário de um feito histórico: na praia de Pirangi, no município de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, encontra-se um Cajueiro que entrou para o Guinness, o Livro do Recordes, como “O Maior Cajueiro do Mundo”. Plantado em 1888, ele apresenta uma anomalia genética que resultou em um crescimento horizontal e seu peso contribuiu para que ele atingisse o solo formando novas raízes, que proporcionaram o seu crescimento fora dos padrões normais.

Consumo
O Caju não é calórico, tendo cerca de 45 calorias por unidade, e é rico em minerais como magnésio e potássio, os quais funcionam principalmente como reguladores da pressão arterial e na formação de hemáceas, e em vitaminas A e C, possuindo concentrações maiores que a laranja. A castanha de Caju contém proteínas, fibras e carboidratos.
Porém, o consumo deve ser feito com moderação, devido à grande quantidade de oxalatos, que podem trazer prejuízos para pessoas com questões renais.

Curiosidades
- O Caju já foi enredo da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, no carnaval carioca de 2024. O samba viralizou e, inclusive, apareceu no topo das listas de vários streamings, despontando como um dos favoritos daquele ano.
- O primeiro registro do Caju foi feito em 1558, em correspondência do frade francês André Thevet para o rei Henrique II da França. O frade comparou o Caju a um ovo de pata.
- O aproveitamento da espécie Anacardium occidentale é completo, uma vez que ela pode ser inteiramente aproveitado. Além do consumo das estruturas da fruta, as folhas, por exemplo, são usadas com fins medicinais, e a casca da árvore, além de fins curativos, também tem uso biotecnológico, na produção de plástico e resinas. Os testes realizados com o plástico produzido a partir da resina do Caju comprovaram a sua eficiência na conservação de alimentos embalados, inclusive, para transporte de longas distâncias.
- A castanha de Caju é a terceira noz mais consumida no mundo, mas jamais pode ser ingerida sem antes ser torrada: ela contém uma substância química chamada urushiol, que pode causar lesões severas e que só é neutralizada com o aquecimento.
- É uma planta que precisa de bastante sol e aceita diversos tipos de solo, mas tem preferência pelos solos férteis e com bastante oferta de água. Não tolera o frio e nem as geadas, apreciando mesmo o clima mais úmido.
Ficha Técnica:
- Principais nomes populares: Caju
- Reino: Plantae
- Filo: Streptophyta
- Classe: Equisetopsida
- Subclasse: Magnoliidae
- Ordem: Sapindales
- Família: Anacardiaceae
- Gênero: Anacardium
- Espécie: Anacardium occidentale
- Origem: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago, Venezuela
- Nativa no Brasil: Sim (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Roraima, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)
Referências
http://servicos.jbrj.gov.br/flora/search/Anacardium_occidentale
https://periodicos.ufba.br/index.php/pculturais/article/download/52720/31484/233180
https://www.jardineiro.net/plantas/caju-anacardium-occidentale.html
https://www.britannica.com/plant/cashew
https://www.sciencedirect.com/topics/agricultural-and-biological-sciences/anacardium-occidentale
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6769990
https://www.scielo.br/j/rarv/a/sNCrDwkfZ3wD3w8xW4yfBWd
https://www.gbif.org/species/113654686
https://dccd.gov.in/crop-history-cashew
https://www.achalcashew.com/history
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19234550
https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:319068-2
https://www.cerratinga.org.br/especies/caju/
https://uenf.br/projetos/arvoresdauenf/especie-2/caju/
https://www.scielo.br/j/rbfar/a/t8x7xKsr3MkXXJLcrdVSS4h/?format=pdf&lang=pt
https://arapuru.com.br/semana-do-caju-arapuru/
https://jornal.ufg.br/n/89931-plastico-e-produzido-com-resina-do-cajueiro





